Cada vez mais, as pessoas parecem estar atentas aos cuidados necessários para manter uma boa saúde. Inclusive, a atual facilidade de acesso às informações — disponíveis, praticamente, a um clique de distância — contribuiu muito para uma mudança de mentalidade e, consequentemente, para a adoção de um novo estilo de vida. Como resultado, é natural e esperado que as áreas focadas na manutenção de bons hábitos cotidianos, como a Nutrição Comportamental, cresçam bastante.
Estabelecer uma relação equilibrada com a nossa alimentação é superimportante em diversos sentidos — isso é indiscutível. Afinal, não é à toa que tantas pessoas vêm lidando com distúrbios alimentares e outras consequências da não ingestão dos nutrientes essenciais ao bom funcionamento do organismo humano. Você provavelmente já ouviu diversos profissionais, de campos distintos da Saúde, comparando o corpo do ser humano a uma espécie de “máquina”, não?
Pois é! O que motiva essa analogia bastante comum é o fato de que, como qualquer sistema, o nosso corpo também precisa de “engrenagens” e “combustíveis” de altíssima qualidade para alcançar a máxima performance; daí a relevância de uma dieta balanceada.
Então, que tal conhecer mais a fundo a Nutrição Comportamental? Neste post, nós reunimos as principais informações acerca desse campo de atuação, também elencando dicas-chave para quem tem interesse em construir uma carreira sólida na área. Confira!
O que é Nutrição Comportamental?
Inicialmente, é válido destacar que, ainda que muitas pessoas não a conheçam por esse nome, a Nutrição Comportamental está em alta. O termo surgiu em 2014, oficializado pelo Instituto Nutrição Comportamental, e engloba os aspectos relacionados às escolhas alimentares da população.
De modo geral, podemos dizer que a nossa sociedade assume comportamentos alimentares que podem ser favoráveis ou desfavoráveis à própria saúde. A “onda” do fast food, por exemplo, que fez tanto sucesso há alguns anos, oferecia riscos significativos, já que os produtos eram — e são, via de regra — cheios de sódio, gorduras, carboidratos, conservantes etc.
A Nutrição Comportamental, basicamente, observa o que motiva comportamentos diante de determinados alimentos e utiliza esse entendimento para ajudar o paciente a adotar e abraçar mudanças que sejam necessárias para sua saúde. Normalmente, o tratamento dentro desta vertente é individualizado a cada paciente, portanto, a dedicação dos profissionais ao estudo e à aplicação de estratégias nutricionais é indispensável.
Alguns tipos de comportamento, vale ressaltar, estão relacionados ao “outro lado da moeda” da facilidade de acesso às informações — que citamos como um fator positivo. Afinal, do mesmo modo que temos a possibilidade de sanar eventuais dúvidas do dia a dia na palma da mão (quase literalmente, né?), é relevante enfatizar que, quando não existe um filtro do conteúdo que é consumido, também nos tornamos expostos a diversas “desinformações”, ou seja, ideias equivocadas, mas apresentadas e propagadas como fatos. E a Nutrição Comportamental tem um papel importante aqui!
A Nutrição Comportamental no combate aos transtornos alimentares
Você sabia, por exemplo, que muita gente desenvolve uma relação de compulsão com a comida? Reproduzido pelo Metrópoles, um levantamento da OMS (Organização Mundial de Saúde) aponta que a condição é uma das doenças psiquiátricas mais desenvolvidas em âmbito mundial, atingindo, aproximadamente, 2,5% da população de todo o mundo. Percebe a gravidade da situação?
Então, um dos objetivos da Nutrição Comportamental é justamente ajudar as pessoas, evitando ou tratando o surgimento de quadros complexos como esse. Em outras palavras, o intuito é minimizar os problemas enfrentados por elas em razão do relacionamento mantido com a alimentação, como bulimia, anorexia, depressão e a própria obesidade.
Considerando o comportamento e as necessidades nutricionais de cada indivíduo, torna-se mais fácil definir uma rotina saudável, equilibrada e que envolva uma dieta adequada (e possível!). Logo, o propósito dos profissionais que atuam na área de Nutrição Comportamental é oferecer um tratamento mais abrangente em relação ao ato de comer propriamente, incluindo os aspectos sociais e emocionais.
Então, o que realmente faz o profissional de Nutrição Comportamental?
A resposta mais comum no que diz respeito à atuação de um nutricionista envolve a prescrição de dietas — ainda mais quando o objetivo dos pacientes é perder peso e/ou ganhar massa muscular. Entretanto, esse não é o único foco das atribuições desempenhadas pelos profissionais de Nutrição.
O diferencial de um nutricionista com uma especialização em Nutrição Comportamental, por exemplo, é a avaliação dos pacientes de um modo mais aprofundado, levando em conta, principalmente, as questões sociais e emocionais que fazem parte da rotina alimentar de cada um deles, como dito. Ou seja, o profissional não analisa somente o que a pessoa come, mas, sim, como ela se relaciona com a comida e as possíveis motivações por trás dessa relação.
Aliás, em conexão com a tendência de oferecer atendimentos mais humanizados, a Nutrição Comportamental concilia a clínica tradicional com um viés mais psicológico, buscando entender quais condições estão provocando as condutas dos pacientes. O primeiro passo é identificar quais obstáculos tendem a prejudicá-los no dia a dia, antes mesmo de propor mudanças de conduta.
Então, no cotidiano, o profissional deve estar apto a envolver elementos múltiplos no seu exercício, como o aconselhamento nutricional, a aplicação de técnicas de autocontrole e de motivação, entre outros. A meta é ajudar as pessoas na construção de uma relação verdadeiramente positiva com a comida, tornando-as capazes de manter uma dieta nutritiva para o bom funcionamento do organismo, mas sem que o cuidado represente um “peso” na rotina.
Afinal, não raramente, as pessoas encaram a ideia de iniciar uma dieta como um sacrifício, o que acaba desencadeando comportamentos prejudiciais à saúde física e mental. Portanto, o profissional da Nutrição Comportamental atua como um grande aliado de quem quer evoluir nesse sentido e comer de forma consciente e prazerosa. A mudança — ainda que gradual — desse estilo de vida tende a tornar possível levar uma rotina muito mais equilibrada, considerando os três fatores cruciais nessa equação: corpo, mente e alimentação.
Como atuar na área de Nutrição Comportamental?
Como se sabe, a Nutrição é um campo que exige formação de Nível Superior, o que também viabiliza a projeção de um plano de carreira bem-sucedido. Inclusive, os profissionais precisam ser registrados no Conselho Regional para exercerem a profissão.
Logo, o foco inicial é concluir a graduação e garantir o diploma de nutricionista. O curso de Nutrição tem duração de quatro anos e abarca o estudo de diversos tópicos, como:
- Processos Biológicos;
- Nutrição na Saúde Humana;
- Planejamento e Gestão de Unidades de Alimentação;
- Nutrição Clínica;
- Tecnologia e Análise de Alimentos;
- Saúde Coletiva;
- Técnicas Dietéticas;
- Nutrição Esportiva;
- Gastronomia.
Posteriormente, é necessário procurar especializações voltadas ao comportamento, lembrando que, além de uma pós-graduação na área, o desenvolvimento de outras competências ajuda a valorizar um profissional do campo de Nutrição Comportamental. A seguir, listamos dicas-chave para construir um perfil diferenciado nesse mercado de trabalho. Veja!
Estude os comportamentos sociais
Como falamos, a Nutrição Comportamental está totalmente ligada às condutas sociais, o que vai demandar que os profissionais tenham um conhecimento mais amplo da natureza humana e das tendências relacionadas à alimentação. Por exemplo: o emagrecimento é um objetivo que comumente leva as pessoas a procurarem nutricionistas, o que vai abranger uma série de estratégias que entram e saem de evidência.
Entenda: a questão-chave não é defender ou apoiar a proposta das “dietas da moda” — ressaltando se funcionam ou não. Na finalidade, o objetivo é entender o indivíduo como um todo e descobrir as suas motivações comportamentais.
Receber um paciente que vem lidando com transtornos alimentares, por exemplo, também demanda uma compreensão mais aprofundada do ser humano em toda a sua complexidade, indo bem além de uma mera análise dos nutrientes necessários ao consumo. Na verdade, toda a atuação gira em torno disto: a missão de ir além!
No mesmo contexto, outros exemplos que merecem atenção incluem: o veganismo, as intolerâncias alimentares, os processos inflamatórios e o mindful eating. A dedicação aos temas que estão em alta no mundo da Nutrição vai garantir que você se mantenha um profissional atualizado e capacitado para auxiliar os seus pacientes.
Invista em habilidades comportamentais
A verdade é que essa área requer muito mais do que habilidades técnicas e conhecimentos acadêmicos. É essencial saber ouvir, acolher e orientar os pacientes para que os resultados sejam positivos.
A propósito, este é um dos “segredos” dos profissionais que conseguem se destacar na Nutrição Comportamental: as competências comportamentais. Portanto, é indispensável focar nas soft skills e nas hard skills.
Oferecer um serviço diferenciado depende diretamente do aprimoramento de traços relacionados a uma boa comunicação e à empatia, por exemplo. Então, vale muito a pena investir em recursos que ajudem a trabalhar essas habilidades, como cursos, livros etc.
Use boas ferramentas a seu favor
Além da sua qualificação como profissional, não se esqueça de que você pode contar com uma ajudinha “extra” no dia a dia. A tecnologia tem sido uma grande aliada dos nutricionistas — tanto para acompanhar a evolução dos seus pacientes a distância quanto para facilitar a rotina de trabalho.
Nessa vertente comportamental, é superimportante deixar que as pessoas se sintam muito à vontade durante o tratamento. Nesse cenário, os aplicativos que facilitam essa troca com o profissional têm auxiliado o compartilhamento de questões emocionais, já que muitos indivíduos têm dificuldade de relatá-las pessoalmente, no consultório.
Aproveitando o gancho, mais uma dica que não pode passar despercebida atualmente é o uso da Internet como uma ferramenta de marketing profissional. A presença no mundo digital tem sido cada vez mais importante para a maioria dos negócios e dos profissionais, incluindo, claro, os nutricionistas.
Percebeu como não é por acaso que a Nutrição Comportamental tem ganhado destaque nos últimos tempos? Essa análise individual e a capacidade de traçar estratégias nutricionais personalizadas é vista como um grande diferencial pelo público, mas, claro, a aptidão para o exercício profissional exige dedicação de quem tem interesse em atuar no campo. Está pronto para embarcar nessa jornada e se tornar uma autoridade no seu nicho? Siga as nossas dicas e esteja preparado para conquistar o mercado!
Aliás, que tal aproveitar para conhecer o curso de Nutrição aqui da Universidade São Judas? Invista em uma capacitação que vai abrir muitas portas para você construir uma carreira de sucesso!